O governo do Brasil, a Agência Espacial Americana (Nasa, na sigla em inglês) e a União Europeia utilizarão na Floresta Amazônica um sistema de informação ambiental desenvolvido na universidade espanhola de Granada, informou nesta sexta-feira a instituição acadêmica.
Os pesquisadores espanhóis participam do projeto "Large Scale Biosphere Atmosphere Experiment in Amazônia" (LBA), experimento em grande escala sobre a atmosfera e a biosfera da Amazônia no qual participam mais de 800 cientistas de diferentes países.
A iniciativa é um dos maiores projetos ambientais já realizados em nível mundial e é coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa). A iniciativa pretende conhecer com detalhe o papel da floresta amazônica no sistema climático global, já que constitui a maior superfície florestal tropical de todo o planeta e contêm além disso um terço da diversidade biológica de toda a Terra.
O papel dos pesquisadores da Universidade de Granada (UGR) será planejar uma série de aplicações informáticas para armazenar a enorme quantidade de dados gerados durante o desenvolvimento do projeto e que se seguem gerando na atualidade.
Francisco Javier Bonet García, cientista da UGR, explicou que na atualidade existem 23 torres de fluxos de carbono na Amazônia, que coletam dados desde os anos 1990. "No total, estimamos que haverá cerca de 3 terabytes de dados prontos para serem processados e armazenados. Nós usaremos bases de dados potentes para integrar toda essa informação; desenvolveremos um sistema para realizar consultas dinâmicas à informação anterior", declarou.
Em uma segunda fase, os pesquisadores se encarregarão de integrar os dados anteriores a outros de caráter biótico: inventários florestais para caracterizar a estrutura da floresta e censos de fauna.
Pulmão da Terra
Os cientistas acreditam que a grande quantidade de organismos que vivem na Amazônia, fazem a fotossíntese e retiram carbono da atmosfera, devem provocar um efeito em escala global. O objetivo final do projeto LBA é determinar se essas florestas podem ser consideradas o pulmão da Terra.
A iniciativa pretende compreender o funcionamento climatológico, ecológico, biogeoquímico e hidrológico da região e avaliar o impacto das mudanças no uso do solo nessas funções e explicar as interações entre a Amazônia e o sistema biogeográfico global.
Fonte: terra.com.br